Filha de Marcantonio Marescotti e Ottavia Orsini recebera no batizado o nome de Clarice. No início da juventude foi notável por sua devoção, mas com o decorrer dos anos tornara-se frívola, exibindo uma “disposição mundana”, que nem mesmo o quase milagroso salvamento de sua vida na idade de 17 anos pode mudá-la; tampouco sua frivolidade fora eliminada pela educação que tivera no convento de São Bernardino em Viterbo, no qual sua irmã vestira o hábito de religiosa. Aos vinte anos, decidiu se casar com o Marquês Capizucchi, mas seus pais conduziram-na à vida religiosa. Grandemente desapontada, tornara-se apática; tendo por fim, entrado para o Convento de St. Bernardine, onde recebera o nome de Jacinta.
Dissera ao pai, no entanto, que não abandonaria as comodidades do mundo e pediu-lhe para mobiliar seus aposentos com todo conforto. Mantinha sua própria cozinha, vestia um hábito feito do mais fino tecido, recebia e fazia visitas e organizava diversões. Por dez anos sustentou esse modo de vida, tão contrário ao espírito de seus votos e de tal forma uma fonte de escândalo para a comunidade.
Porém, com o passar do tempo, foi tocada pela graça de Deus e as assíduas exortações de seu confessor durante uma séria enfermidade, fizeram-na perceber a loucura de seu passado e contribuíram para uma mudança radical em seu modo de vida. No refeitório, fez uma confissão pública de suas faltas; livrou-se de suas valiosas vestimentas, vestindo um velho hábito; jejuava frequentemente a pão e água e mortificava seu corpo com vigílias e severas flagelações.
Realizou diversos milagres, possuía os dons da profecia e do discernimento dos pensamentos de outras pessoas. Fundou duas fraternidades, cujos membros eram chamados de Oblatas de Maria e Sacconi. Uma das quais reunia almas para o cuidado de doentes, para os pobres que tinham vergonha de pedir esmolas, e para o cuidado de prisioneiros; a outra obtinha moradia para os idosos.
Com suas obras de caridade, Santa Jacinta conseguiu angariar muitas pessoas, de várias idades e classes sociais e, em particular converteu Francis Pacini (que era um ladrão muito conhecido) para o Cristianismo e que se tornou o membro mais ativo dos Sacconi. Durante uma epidemia que assolou Viterbo, ela desmonstrou uma heróica caridade no socorro aos doentes. Sua morte causou grande tristeza em Viterbo e multidões acorreram ao seu funeral.
Foi beatificada pelo Papa Benedito XIII em 1726, e canonizada em 14 de maio de 1807, por Pio VII. Seu corpo ainda se encontra guardado em uma urna no Monastério da Igreja de São Bernardino em Viterbo.
Fonte:
Transformarte
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