segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Santo Cirilo

Constantino nasceu em 826 na Tessalonica, atualmente Salonico, Grécia. Seu pai era Leão, um rico juiz grego, que teve sete filhos. Constantino o caçula e Miguel o mais velho, que mudaram o nome para Cirilo e Metódio respectivamente, ao abraçarem a vida religiosa.

Cirilo tinha catorze anos quando o pai faleceu. Um amigo da família, professor Fócio, que mais tarde ajudou seu irmão acusado de heresia, assumiu a educação dos órfãos em Constantinopla, capital do Império Bizantino. Cirilo aproveitou para aprender línguas, literatura, geometria, dialética e filosofia. De inteligência brilhante, se formou em tudo.

Rejeitando um casamento vantajoso, ingressou para a vida espiritual, fazendo votos particulares, se tornou bibliotecário do ex-patriarca. Em seguida foi cartorário e recebeu o diaconato. Mas sentiu necessidade de se afastar, indo para um mosteiro, em Bosforo. Seis meses depois foi descoberto e designado para lecionar filosofia. Em seguida, convocado como diplomata para a polemica questão sobre o culto das imagens junto ao ex-patriarca João VII, o Gramático. Depois foi resolver outra questão delicada junto aos árabes sarracenos que tratava da Santíssima Trindade. Obteve sucesso em ambas.

Seu irmão mais velho, que era o prefeito de Constantinopla, abandonou tudo para se dedicar à vida religiosa. Em 861, Cirilo foi se juntar a ele, numa missão evangelizadora, a pedido do imperador Miguel III, para atender o rei da Morávia. Este rei precisava de missionários que conhecessem a língua eslava, pois queria que o povo aprendesse corretamente a religião. Os irmãos foram para Querson aprender hebraico e samaritano.

Nesta ocasião, Cirilo encontrou um corpo boiando, que reconheceu ser o papa Clemente I, que tinha sido exilado de Roma e atirado ao mar. Conservaram as relíquias numa urna, que depois da missão foi entregue em Roma. Assim, Cirilo continuou estudando o idioma e criou um alfabeto, chamado "cirílico", hoje conhecido por "russo". Traduziu a Bíblia, os Livros Sagrados e os missais, para esse dialeto. Alfabetizou a equipe dos padres missionários, que começou a evangelizar, alfabetizar e celebrar as missas em eslavo.

Isto gerou uma grande divergência no meio eclesiástico, pois os ritos eram realizados em grego ou latim, apenas. Iniciando o cisma da Igreja, que foi combatido pelo então patriarca Fócio com o reforço de seu irmão. Os dois foram chamados por Roma, onde o papa Adriano II, solenemente recebeu as relíquias de São Clemente, que eles transportavam. Conseguiram o apoio do Sumo Pontífice, que aprovava a evangelização e tiveram os Livros traduzidos abençoados.

Mas, Cirilo que estava doente, piorou. Pressentido sua morte, tomou o hábito definitivo de monge e o nome de Cirilo, cinqüenta dias depois, faleceu em Roma no dia 14 de fevereiro de 868. A celebração fúnebre foi rezada na língua eslava, pelo papa Adriano II, sendo sepultado com grande solenidade na igreja de São Clemente. Cirilo e Metódio foram declarados pela Igreja como "apóstolos dos eslavos". O papa João Paulo II, em 1980, os proclamou junto com São Bento de "Patronos da Europa".

Fonte:
Paulinas

domingo, fevereiro 13, 2011

Santo Martiniano

Martiniano era um monge eremita, mas acabou se tornando um andarilho para que o pecado nunca o achasse "em endereço fixo".

Martiniano era natural da Cesaréia, na Palestina, nasceu no século quatro. Desde a tenra idade decidiu ligar sua vida à Deus e aos dezoito anos ingressou numa comunidade de eremitas, não muito distante da sua cidade, onde se entregou à vida reclusa e viveu durante sete anos. A fama de sua sabedoria percorreu a Palestina e Martiniano passou a ser procurado por gente de todo o país que lhe pedia conselhos, orientação espiritual, a cura de doenças e até a expulsão de maus espíritos. Ganhou fama de santidade e essa fama atraiu Cloé, uma jovem cortesã.

Cloé era milionária, bela e conhecida como uma mulher de costumes arrojados e pouco recomendáveis. Fez uma espécie de aposta em seu círculo de amizades e afirmou que faria o casto monge se perder. Trocou suas roupas luxuosas por farrapos e procurou Martiniano, pedindo abrigo. Ele deixou que entrasse, acomodou-a e foi para os aposentos do fundo da casa, onde rezou entoando cânticos de louvor ao Senhor, antes de se recolher para dormir.

Mesmo assim, Cloé não desistiu. Pela manhã trocara os farrapos por uma roupa muito sensual, aguardando o ingresso do monge nos aposentos internos da casa. O que logo aconteceu, ela então utilizou argumentos espertos tentando seduzir Martiniano, mas, ao invés disso, acabou sendo convertida por ele. Cloé a partir de então, se recolheu ao convento de Santa Paula, em Belém, passando ali o resto de seus dias. E se santificou na vida religiosa consagrada à Deus.

Por sua vez, Martiniano, que chegou a sentir-se tentado, mudou-se dali para uma ilha. Porém, certa vez, naquelas águas que rodeavam a ilha ocorreu um naufrágio de um navio e uma jovem passageira chamada Fotinia que se salvou lhe pediu abrigo. Ele consentiu que ela ficasse, mas para não sentir a tentação novamente abandonou o lugar a nado, apesar do continente ficar muito distante. A tradição diz que ele não nadou, mas que Deus mandou dois delfins para apanhá-lo e levá-lo à terra firme, são e salvo.

O fato é que, depois disso, tomou uma decisão radical, tornou-se andarilho para nunca mais ter de abrigar ninguém e ser tentado pelo pecado. Vivia da caridade alheia e morreu em Atenas, no ano 400, depois de parar a caminhada numa igreja da cidade. Sabia que o momento chegara, recebeu os sacramentos e partiu para a Casa do Pai serenamente e na santa paz.

Fonte:
Paulinas

sábado, fevereiro 12, 2011

Santa Eulália

Eulália, nasceu nas proximidades da cidade de Barcelona, no ano 290. Pertencia a uma família da nobreza espanhola e seus pais viviam numa vasta propriedade na periferia daquela movimentada corte. Cobriam a menina Eulália com todo amor, carinho e mimos, quase sufocando a pequena que já na tenra idade resplandecia em caráter.

Humilde, sábia, prudente e muito inteligente era a caridade em pessoa. Dedicava um extremo amor à Jesus Cristo, para o qual despendia muitas horas do dia em virtuosas orações. Costumava ficar no seu modesto quarto, reunida com suas amiguinhas, entoando cânticos e hinos de louvor ao Senhor, depois saiam para distribuir seus melhores pertences às crianças pobres das imediações, que sempre batiam à sua porta.

Entrou para a adolescência, aos treze anos, no mesmo período em que chegava à Barcelona a notícia da volta à terrível perseguição contra os cristãos, decretada para todos os domínios do Império. Quando os sanguinários dos imperadores romanos Diocleciano e Maximiano, souberam da rápida e veloz propagação da fé cristã, nas longínquas terras espanholas, onde até então era rara esta fé, decidiram e mandaram o mais cruel e feroz de seus juízes, chamado Daciano, para acabar com aquela "superstição".

Temendo pela vida de Eulália, seus pais decidiram leva-la para uma outra propriedade mais afastada, onde poderia ficar longe dos soldados que andavam pelas ruas caçando os cristãos denunciados.

Eulália considerou covardia fugir do poder que exterminava os irmãos cristãos. Assim, altas horas da noite e sem que sua família soubesse, fugiu e se apresentou espontaneamente ao temido juiz, como cristã. Consta inclusive que teria dito: "Querem cristãos? Eis uma".

Como queria, na impetuosidade da adolescência, foi levada a julgamento. Ordenaram novamente que ela adorasse um deus pagão, dando-lhe sal e incenso, para que depositasse ao pé do altar. Eulália, ao invés, derrubou a estátua do deus pagão, espalhando para longe os grãos de incenso e sal. A sua recusa a oferecer os sacrifícios deixou furioso Daciano, que mandou chicoteá-la até que seu corpo todo ficasse em chagas e sangrando. Depois foi queimada viva com as tochas dos carrascos. Era 12 de fevereiro de 304.

Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Maria das Arenas, mais tarde destruída durante um incêndio. Mas suas relíquias se mantiveram intactas e foram ocultadas durante a dominação dos árabes muçulmanos, quando o culto cristão era proibido.

O culto à Santa Eulália foi mantido principalmente em Barcelona onde é muito antigo. De lá, acabou se estendendo por toda Espanha atravessando as fronteiras, para além da França, Itália, África enfim atingiu todo o mundo cristão, oriental e ocidental. Ela costuma ser festejada na diocese de Mérida em 10 de dezembro, cidade de seu martírio. Santa Eulália é co-padroeira da cidade de Barcelona, ao lado da Virgem das Mercês.

Fonte:
Paulinas

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

São Castrense

Castrense viveu no século V, era cristão e bispo de Cartagine, atual Tunísia, África. Durante a invasão dos Vândalos, comandados pelo rei Genserico, ele foi lançado ao mar, junto com outros sacerdotes e fiéis, dentro de um velho navio desprovido de velas, remos e leme. Com certeza, o intuito era que morressem afogados, mas milagrosamente ele sobreviveu, desembarcando na costa italiana, próxima a Nápolis.

Pelos registros, ele retomou sua missão apostólica e logo se tornou bispo de Castel Volturno. Depois, de acordo com o antiqüíssimo "Calendário Marmóreo" de Nápolis, ele também foi eleito bispo de Sessa, aceitando a difícil tarefa de conduzir os dois rebanhos, os quais guiou com amor e zelo paternal. Castrense era humilde e carismático, penitente e caridoso, durante a sua vida patrocinou dois episódios prodigiosos, registrados nos arquivos da Igreja: libertou um homem possesso pelo demônio e salvou um navio cheio de passageiros de uma grande tempestade.

Assim, a fama de santidade já o acompanhava, quando morreu como mártir de Jesus Cristo, em 11 de fevereiro de 450, em Sessa, Nápolis. Logo passou a ser venerado pela população em toda Campânia e em muitas outras cidades, inclusive na África.

As relíquias do Santo, foram transferidas, antes do século XII, de Sessa para Cápua e depois por determinação de Guilherme II o Bom, último rei normando da Sicília, foram enviadas para Monreale. Em 1637, foram transladadas para a Capela anexa à Catedral de Monreale, em uma urna de prata com uma placa onde se pode ler "São Castrense, eterno baluarte da cidade de Monreale".

As mais recentes informações sobre este Santo de origem africana, datam de 1881, e foram encontradas durante as escavações arqueológicas na gruta de Calvi, próximas de Monreale. São pinturas do século VII que retratam o bispo Castrense, nas duas dioceses e ao lado de outros mártires da mesma época e região.

Mas ainda hoje encontramos o efeito da sua presença na Catânia, seja na pequena região que leva o nome de São Castrense, seja nas diversas igrejas e no convento feminino beneditino erguido ao lado da Catedral, sendo tudo dedicado à sua memória. Inclusive nas manifestações de sua devoção quando da comemoração de sua passagem no dia 11 de fevereiro. Data oficializada pela Igreja, quando reconheceu o seu martírio e declarou o bispo Castrense, Santo e padroeiro da cidade de Monreale. Neste dia a sua estátua segue em procissão da Catedral de Monreale, indo para a de Sessa e retornando após o culto litúrgico. Dizem os devotos que durante este trajeto muito graças são alcançadas por sua intercessão.

Fonte:
Paulinas

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Santo Guilherme de Malavale

Guilherme era de origem nobre, nasceu em 1071, na França. Era um duque da Aquitânia, que se dedicou até o final da juventude às artes militares e mundanas, afastado do cristianismo. A sua conversão foi atribuída a são Bernardo, que o inspirou a desejar viver a experiência do retiro espiritual, num bosque afastado. Quando saiu do isolamento, alguns meses depois, procurou o papa Urbano II para pedir perdão dos pecados. Após receber sua benção, seguiu em peregrinação para Jerusalém.

Guilherme ficou nove anos na Terra Santa, praticando obras de penitência e piedade e, quando voltou, se juntou a uma comunidade de ermitãos, próximo de Pisa, na Itália. Dois anos depois foi para a Toscana, onde, na floresta de Malavale construiu o seu derradeiro retiro. E deste momento em diante começou a fama de sua santidade.

Em Malavale, tinha como única companhia às feras selvagens, dormia no chão duro e se alimentava de plantas e raízes. Os habitantes aprenderam a estima-lo. Não raro, as crianças eram socorridas por ele, quando se perdiam no bosque. A tradição conta que, certa vez, um grande dragão tentou atacar um menino, quando o ermitão apareceu e com o seu bastão ordenou que a fera se afastasse. Porém o animal ficou em pé sobre as patas traseiras e, soltando fumaça pelas ventas, se voltou contra ele. Prodigiosamente, Guilherme foi se elevando, até chegar na altura da cabeça da fera, aí o golpeou com o bastão e o dragão caiu morto. Por isto, passou a ser chamado de Guilherme, "o grande".

Já idoso, acolheu dois discípulos, Alberto e Reinaldo, que o acompanharam até a morte. Nos últimos meses Alberto escreveu sua biografia, onde registrou sua disciplina de vida reclusa e espiritual. Aos 10 de fevereiro de 1157, Guilherme morreu, mas antes, fez algumas profecias e vários prodígios testemunhados que foram registrados.

A sua herança , como ocorreu com outros grandes ermitãos e padres do deserto, foi apenas a modesta cela de Malavale, como exemplo de uma vida espiritual contemplativa, de afastamento e austeridade, e não um compromisso de dar vida a uma nova congregação. Entretanto, ela floreceu ao redor de sua sepultura, só com o legado do seu exemplo de severa renuncia ao mundo, que continuou ainda atraindo ao local jovens desejosos de seguir suas pegadas. Os dois discípulos Alberto e Reinaldo fundaram a Ordem dos Guilhermitas e escreveram as Regras, seguindo a biografia, aprovada pela Santa Sé. Tempos depois, a nova congregação já alcançava a França, Itália, Alemanha e Holanda.

Em 1202, o papa Inocêncio III declarou Guilherme de Malavale, Santo e manteve a festa no dia 10 de fevereiro. Seus restos mortais foram guardados na catedral de Buriano, onde foi colocada a estátua de são Guilherme com dragão a seus pés. Desde 1255, os Guilhermitas fazem parte da Ordem dos agostinianos, que assimilou o pensamento deste santo. O dia de São Guilherme o Grande ou de Malavale, como também é chamado, integra o calendário dos santos agostinianos desde o século XIII, sendo reverenciado como exemplo de vida de santidade a ser seguido.

Fonte:
Paulinas

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Santo Miguel Febres Cordero Munhoz

Miguel Febres Cordero Munhoz nasceu em Cuenca, Equador, em 7 de novembro de 1854, foi filho de um professor universitário e seu avô foi um general do exército, venerado como herói nacional. Aos cinco anos de idade, Nossa Senhora lhe apareceu durante um sonho e desde então decidiu que seria um sacerdote. Três anos depois, sentiu novamente a presença da Virgem Maria quando foi protegido milagrosamente de ser morto por um touro selvagem.

Aos nove anos ingressou no colégio da congregação dos Irmãos da Escola Cristãs de la Sale, que chegara recentemente ao Equador. Quatro anos mais tarde, se juntou aos irmãos iniciando seu noviciado, com a benção dos seus pais, que de imediato fizeram oposição. Tornou-se um sacerdote educador famoso, dotado de notável inteligência. Aos dezessete anos publicou seu primeiro livro pedagógico, que acabou sendo adotado pelo governo. Esta função considerada a mais nobre e rendosa missão para a Igreja e para a pátria, ele exerceu durante trinta e dois anos, na cidade de Quito.

Padre Miguel se firmou no meio intelectual como filósofo, pedagogo, teólogo e escritor de vários livros de gramática, manuais de geografia, história, religião e literatura. Foi eleito em 1892, membro da Academia Equatoriana da Língua, em seguida foi agraciado também pelas Academias da Espanha, França e Venezuela, chegando a trabalhar em Paris, Bélgica e Espanha.

Entre 1901 e 1904 foi diretor dos noviços de sua congregação, quando foi transferido para a Europa, onde trabalhou como tradutor para os Lassaristas em Paris e Bélgica. A partir de 1908, já com a saúde fragilizada por uma persistente pneumonia, foi enviado para uma escola perto de Barcelona, na Espanha. Continuou trabalhando, mas lentamente e cada vez mais debilitado acabou falecendo no dia 9 de fevereiro de 1910, na cidade Superior Del Estragar onde foi sepultado.

A fama de eminente santidade o acompanhou durante toda a vida e perdurou depois da sua morte. Vinte anos depois, durante a Revolução Espanhola, seus restos mortais foram transladados para o Equador, onde seu corpo incorrupto foi recebido com honras de herói nacional . Amado pelo povo, como tal, mas principalmente como modelo de religioso a ser seguido, foi enterrado em Quito, cidade em que passou maior parte de sua vida.

O seu culto se espalhou rapidamente e seu túmulo se tornou meta de peregrinação. Ele foi beatificado em 1977 e, mais tarde, canonizado pelo papa João Paulo II em 1984. O padre Miguel Febres Cordero Munhoz se tornou o primeiro Santo equatoriano.

Fonte:
Paulinas

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Santa Josefina Bakhita

Irmã Josefina Bakhita nasceu no Sudão (África), em 1869 e morreu em Schio (Vicenza-Itália) em 1947, flor africana, que conheceu a angústia do rapto e da escravidão, abriu-se admiravelmente à graça junto das Filhas de Santa Madalena de Canossa, na Itália.

A irmã morena

Em Schio, onde viveu por muitos anos, todos ainda a chamam a nossa Irmã Morena.

O processo para a causa de Canonização iniciou-se doze anos após a sua morte e no dia 1 de dezembro de 1978, a Igreja emanava o Decreto sobre a heroicidade das suas virtudes.

A Providência Divina que «cuida das flores do campo e dos pássaros do céu», guiou esta escrava sudanesa, através de inumeráveis e indizíveis sofrimentos, à liberdade humana e àquela da fé, até a consagração de toda a sua vida a Deus, para o advento do Reino.

Na escravidão

Bakhita não é o nome recebido de seus pais ao nascer. O susto provado no dia em que foi raptada, provocou-lhe alguns profundos lapsos de memória. A terrível experiência a fizera esquecer também o próprio nome.

Bakhita, que significa afortunada, é o nome que lhe foi imposto por seus raptores.

Vendida e comprada várias vezes nos mercados de El Obeid e de Cartum, conheceu as humilhações, os sofrimentos físicos e morais da escravidão.

Rumo à liberdade

Na capital do Sudão, Bakhita foi, finalmente, comprada por um Cônsul italiano, o senhor Calixto Legnani. Pela primeira vez, desde o dia em que fora raptada, percebeu com agradável surpresa, que ninguém usava o chicote ao lhe dar ordens mas, ao contrário, era tratada com maneiras afáveis e cordiais. Na casa do Cônsul, Bakhita encontrou serenidade, carinho e momentos de alegria, ainda que sempre velados pela saudade de sua própria família, talvez perdida para sempre.

Situações políticas obrigaram o Cônsul a partir para a Itália. Bakhita pediu-lhe que a levasse consigo e foi atendida. Com eles partiu também um amigo do Cônsul, o senhor Augusto Michieli.

Na Itália

Chegados em Gênova, o Sr. Legnani, pressionado pelos pedidos da esposa do Sr. Michieli, concordou que Bakhita fosse morar com eles. Assim ela seguiu a nova família para a residência de Zeniago (Veneza) e, quando nasceu Mimina, a filhinha do casal, Bakhita se tornou para ela babá e amiga.

A compra e a administração de um grande hotel em Suakin, no Mar Vermelho, obrigaram a esposa do Sr. Michieli, dona Maria Turina, a transferir-se para lá, a fim de ajudar o marido no desempenho dos vários trabalhos. Entretanto, a conselho de seu administrador, Iluminado Checchini, a criança e Bakhita foram confiadas às Irmãs Canossianas do Instituto dos Catecúmenos de Veneza. E foi aqui que, a seu pedido, Bakhita, veio a conhecer aquele Deus que desde pequena ela sentia no coração, sem saber quemEle era.

Vendo o sol, a lua e as estrelas, dizia comigo mesma: Quem é o Patrão dessas coisas tão bonitas? E sentia uma vontade imensade vê-Lo, conhecê-Lo e prestar-lhe homenagem.

Filha de Deus

Depois de alguns meses de catecumenato, Bakhita recebeu os Sacramentos de Iniciação Cristã e o novo nome de Josefina. Era o dia 9 de janeiro de 1890. Naquele dia não sabia como exprimir a sua alegria. Os seus olhos grandes e expressivos brilhavam revelando uma intensa comoção. Desse dia em diante, era fácil vê-la beijar a pia batismal e dizer: Aqui me tornei filha de Deus!.

Cada novo dia a tornava sempre mais consciente de como aquele Deus, que agora conhecia e amava, a havia conduzido a Si por caminhos misteriosos, segurando-a pela mão.

Quando dona Maria Turina retornou da África para buscar a filha e Bakhita, esta, com firme decisão e coragem fora do comum, manifestou a sua vontade de permanecer com as Irmãs Canossianas e servir aquele Deus que lhe havia dado tantas provas do seu amor.

A jovem africana, agora maior de idade, gozava de sua liberdade de ação que a lei italiana lhe assegurava.

Filha de Madalena

Bakhita continuou no Catecumenato onde sentiu com muita clareza o chamado para se tornar religiosa e doar-se totalmente ao Senhor, no Instituto de Santa Madalena de Canossa.

A 8 de dezembro de 1896, Josefina Bakhita se consagrava para sempre ao seu Deus, que ela chamava com carinho el me Paron!.

Por mais de 50 anos, esta humilde Filha da Caridade, verdadeira testemunha do amor de Deus, dedicou-se às diversas ocupações na casa de Schio.

De fato, ela foi cozinheira, responsável do guarda-roupa, bordadeira, sacristã e porteira. Quando se dedicou a este último serviço, as suas mãos pousavam docemente sobre a cabecinha das crianças que, diariamente, freqüentavam as escolas do Instituto. A sua voz amável, que tinha a inflexão das nênias e das cantigas da sua terra, chegava prazerosa aos pequeninos, reconfortante aos pobres e doentes e encorajadoras a todos os que vinham bater à porta do Instituto.

Testemunha do Amor

A sua humildade, a sua simplicidade e o seu constante sorriso, conquistaram o coração de todos os habitantes de Schio. As Irmãs a estimavam pela sua inalterável afabilidade, pela fineza da sua bondade e pelo seu profundo desejo de tornar Jesus conhecido.

Sede bons, amai a Deus, rezai por aqueles que não O conhecem. Se, soubésseis que grande graça é conhecer a Deus!.

Chegou a velhice, chegou a doença longa e dolorosa, mas a Irmã Bakhita continuou a oferecer o seu testemunho de fé, de bondade e de esperança cristã. A quem a visitava e lhe perguntava como se sentia, respondia sorridente: Como o Patrão quer.

A última prova

Na agonia reviveu os terríveis anos de sua escravidão e vária vezes suplicava à enfermeira que a assistia: Solta-me as correntes ... pesam muito!.

Foi Maria Santíssima que a livrou de todos os sofrimentos. Assuas últimas palavras foram: Nossa Senhora! Nossa Senhora!, enquanto o seu último sorriso testemunhava o encontro com a Mãe de Jesus.

Irmã Bakhita faleceu no dia 8 de fevereiro de 1947, na Casa de Schio, rodeada pela comunidade em pranto e em oração. Uma multidão acorreu logo à casa do Instituto para ver pela última vez a sua Santa Irmã Morena, e pedir-lhe a sua proteção lá do céu. Muitas são as graças alcançadas por sua intercessão.

Em 1992, foi beatificada pelo Papa João Paulo II e elevada à honra dos altares em 2000, pelo mesmo Sumo Pontífice. O dia para o culto de "Santa Irmã Morena" foi determinado o mesmo de sua morte.

Fonte:
Vaticano

Liturgia do dia
S. JERÔNIMO EMILIANI
E STA. JOSEFINA
BAKHITA
(ofício da memória)
Gn 1,20-2,4 . Sl 7
. Mc 7,1-13
Ó Senhor, como é
grande vosso nome por
todo o universo!

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

Beata Eugênia Smet

Eugénia Maria Josefina Smet nasceu em França, no dia 25 de março de 1825. Sua infância foi tranqüila, no seio de uma família burguesa de origem flamenga, recebendo uma educação com sérios princípios morais e cristãos.

Aos dezessete anos, terminou os estudos e queria seguir a vida religiosa como as irmãs do colégio do Sagrado Coração, onde ficou interna por dez anos. Mas regressou para a família e ingressou no apostolado leigo da paróquia. Primeiro comunicou ao seu confessor que havia feito o voto privado de castidade e depois começou a trabalhar nas obras de caridade.

Ninguém da paróquia tinha tanta dedicação quanto Eugénia. Distribuía diariamente alimentos aos carentes e aos enfermos. Sua participação activa e objectiva aumentava cada vez mais os donativos para as obras Missionárias, deixando os padres admirados com seu senso de organização e carisma. "É necessário ajudar bem a Providência", dizia ela, justificando os crescentes donativos e pacotes de alimentos que conseguia.

Aos vinte e oito anos resolveu criar uma associação leiga de fiéis para interceder com orações, pelas almas do Purgatório. Apesar das adesões, tantas foram as dificuldades que decidiu fundar uma congregação de religiosas. Durante três anos, Eugénia pediu conselhos a muitas pessoas influentes da Igreja, inclusive ao papa Pio IX e ao padre Cura d'Arns, que a apoiaram.

Em 1856, Eugênia foi para Paris, onde iniciou a congregação das madres Auxiliadoras das Almas do Purgatório. Mas, como ela conheceu o duríssimo "purgatório" que muitos passavam ainda em vida, concluiu que deveriam interceder nas duas frentes: as almas receberiam as orações e os vivos carentes, alimentação, alfabetização e tratamento quando enfermos. Assim, sempre confiante na Providência, seguiu avante serena e decidida.

Em 1859, as religiosas viram as suas Regras aprovadas. A fundadora recebeu o nome de madre Maria da Providência. Depois disso fundou novas casas na França e enviou religiosas para a China.

Madre Maria da Providência faleceu em paz no dia 7 de Fevereiro de 1871. O papa Pio XII declarou Eugénia Smet, madre Maria da Providência, Beata, em 1957, com sua celebração litúrgica no dia da sua morte.

Fonte:
Evangelho Quotidiano

domingo, fevereiro 06, 2011

São Gastão

De família nobre, ainda jovem foi para Lorena na finalidade de levar uma vida virtuosa e retirada. O bispo de Toul sagrou-o sacerdote, alegando que o clero se encontrava muito escasso de sacerdotes. O bispo, certamente por inspiração divina ordenou-o sacerdote sem que ele tivesse noção do cristianismo! Desejando conhecer ao menos as noções básicas pediu um catequista indicada pelo bispo de Toul, que o instruísse no caminho para Reims.

Para confirmar sua missão sacerdotal, Deus permitiu que restituísse a vista de um cego que encontrara pelo caminho, o que sabendo o rei sobre tal episódio se converteu. Em Reims são Gastão foi batizado. Entregou-se a instrução dos fiéis e assistência aos pobres e em pouco tempo foi consagrado bispo de Arras e ocupou tal cargo durante quarenta anos.

Apesar da conversão do rei Clovis o qual passara a lhe ser grande amigo, acontecia ainda muitas festas pagãs, principalmente quando a coroa foi passada para o Clotário. Certa vez convidaram são Gastão para uma dessas festas, propositadamente: para observar possivelmente sua indignação. Aceitando o convite, dirigiu-se à sala onde copos cheios de cerveja se encontravam sobre a mesa preparada. Antes de assentar-se, abençoou e ao sinal da Cruz todos os copos se espatifaram, derramando toda a cerveja sobre a mesa. Perceberam então o quanto eram condenados em seus desregramentos. Porém quantos continuavam no estado de embrutecimento e miséria espiritual obstante esses santos que levavam a sã doutrina em meio a milagres.

Numa noite de fevereiro, muito fria, uma nuvem espessa e luminosa foi vista sobre sua residência, ou seja, o chamado palácio episcopal. Tratava-se justamente do momento da partida de são Gastão. Aos que se encontravam á sua volta e ao clero, recomendou as virtudes teologais, ou seja, fé, a esperança e sobretudo a caridade e depois adormeceu em paz no Senhor, a 6 de fevereiro de 540.

Fonte:
Associação do Senhor Jesus

sábado, fevereiro 05, 2011

Venerável Mestra Tecla Merlo

Teresa Merlo (seu nome de batismo) nasceu dia 20 de fevereiro de 1894, em Castagnito d´Alba, ao norte da Itália. Única mulher entre os quatro filhos do casal Heitor e Vincenza Rolando Merlo. De saúde frágil, dedicou-se, desde adolescente, à arte da costura, num pequeno atelier da família. Sua sensibilidade religiosa chamou a atenção de Padre Tiago Alberione, que a convidou para coordenar um grupo de jovens que se preparavam para trabalhar com a imprensa. Era o dia 15 de junho de 1915.

Teresa compreendeu que a proposta de Padre Alberione correspondia aos seus anseios de consagrar-se a Deus. Aceitou o convite, trocando o atelier de costura pela tipografia.
De fato, em 1918, Teresa com algumas de suas companheiras, foram enviadas pelo Fundador a Susa onde o bispo lhes confiou a produção e divulgação do jornal diocesano LA VALSUSA.

Esse momento marcou uma etapa significativa na vida de Teresa, que passará a considerar a experiência de Susa como o início da missionariedade das Filhas de São Paulo.
Um projeto e uma missão audazes, impensáveis para uma mulher no início do século XX, mas Teresa aceitou o desafio.

Recebeu o nome de Tecla, como a discípula de São Paulo, uma santa mártir do primeiro século.
De São Paulo, a irmã Tecla aprendeu o amor incondicional a Jesus e a todos os povos: moldou o seu coração à universalidade e abriu-se a todas as culturas e povos; como ele, foi mestra e formadora de outras irmãs; como ele, usou os novos meios de comunicação para que o Evangelho cumprisse a sua corrida gloriosa; como ele, viajou por terra, por mar e ainda pelo céu para iniciar comunidades em todos os continentes, para se encontrar com as irmãs e avaliar novas situações, encorajando novas iniciativas apostólicas para fazer o bem a muitas pessoas.

Mestra Tecla, no dia 28 de maio de 1961, festa da Santíssima Trindade, fez a oferta da própria vida a Deus pela santificação de cada Filha de São Paulo.

Em 22 de Janeiro de 1991, o papa João Paulo II reconheceu a heroicidade da sua vida, proclamando-a Venerável.

Fonte:
Mestra Tecla Merlo

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

São Gilberto

Ele é o decano dos santos ingleses. Foi fundador da única Ordem totalmente inglesa, tanto pela origem do seu nascimento quanto pela trajetória de sua vida sacerdotal. Gilberto era filho do nobre normando Juscelino, que se estabeleceu na Inglaterra depois dela ter ficado sob o domínio de Guilherme, o Conquistador. A sua infância transcorreu, toda ela, nas propriedades paternas da cidade de Sempringham, onde nasceu em 1083. Lá, Gilberto iniciou seus estudos, concluídos depois em Paris.

Retornando à sua pátria, Gilberto se dedicou à educação dos jovens e se ordenou sacerdote em 1130. Também, foi o ano que fundou, na própria Sempringham, um mosteiro feminino que colocou sob as regras beneditinas. Na realidade desejava que fossem dirigidas pelos "cistercenses", Ordem recém criada pelo amigo Bernardo de Chiaravalle, que a Igreja também honra. O Papa, porém, preferiu vê-las sob a guarda de uma congregação mais antiga. Depois, Gilberto fundou um mosteiro masculino que submeteu às mesmas Regras e direção espiritual dada às religiosas.

Em 1148, os Estatutos de ambas foram aprovados pelo Papa Eugênio III. Dessa forma estava fundada a nova Ordem religiosa, a dos Gilbertinos, que teria cerca de setecentos religiosos e mil e quinhentas religiosas, quando da morte do seu fundador. Mas antes desses balanços finais tão positivos, os períodos obscuros foram muitos.

No rompimento entre o rei Henrique II, o Parlamento inglês e o bispo Tomas Becker, de Canterburi, Gilberto é o alvo preferido dos ataques parlamentares, mas escapa da perseguição, somente porque o rei o estima e o defende, impedindo que se seguisse com tanta violência. Há também uma série de revoltas dentro da própria Ordem, provocadas pelos irmãos leigos que desejavam tomar a administração dos bens e que, portanto, o atacavam diretamente com graves acusações. Mas a essa altura, todos os bispos da Inglaterra correram em seu socorro e, o defenderam junto ao Papa Alessandro III.

Com o passar dos anos, a velhice e a cegueira chegam juntas e Gilberto dá um último sinal de amor à Ordem que criou, pedindo para ser acolhido como um simples monge e pronunciou o voto de total obediência ao Superior geral. Ele morreu santamente na sua cidade natal no dia 04 de fevereiro de 1189, com cento e seis anos de idade.

Eram vinte e quatro mosteiros por toda a Inglaterra, quando entre 1538 e1539, deixaram de existir bruscamente, por determinação do rei Henrique VIII. Durante o rompimento com Roma, os integrantes dessa Ordem foram assimilados por outras congregações, conforme solicitadas. Entretanto, seu fundador, já havia sido elevado à honra dos altares da Igreja, pelo Papa Inocêncio III em 1202, sendo o dia de sua morte reservado para a sua festa.

O culto à São Gilberto é expressivo entre os povos de língua saxônica e chegou aos nossos tempos graças à sua veneração, que foi mantida pelos monges beneditinos e cistercenses, onde quer que intalassem seus mosteiros.

Fonte:
Paulinas

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

São Brás

A vida e os feitos de São Brás atingem aquele ápice de alguns poucos, que atraem a profunda fé e a admiração popular. Ele é venerado no Oriente e Ocidente com a mesma intensidade ao logo de séculos, e até hoje, mães aflitas recorrem à sua intercessão quando um filho engasga ou apresenta problemas de garganta. A bênção de São Brás, procurada principalmente por quem tem problemas nesta parte do corpo, onde é ministrada nesta data em muitas igrejas do mundo cristão.

O prodígio atribuído à ele quando era levado preso, para depois ser torturado, é dos mais conhecidos por pessoas de todo o planeta. Consta que uma mãe aflita jogou-se aos seus pés pedindo que socorresse o filho, que agonizava com uma espinha de peixe atravessada na garganta. O santo rezou, fez o sinal da cruz sobre o menino e este se levantou milagrosa, e imediatamente como se nada lhe tivesse acontecido.

Brás nasceu na Armênia, era médico, sacerdote e muito benevolente com os pobres e cristãos perseguidos e por essas virtudes foi nomeado bispo de Sebaste , isto no século três. Também sabemos que, apesar de aqueles anos marcarem os finais das grandes perseguições aos cristãos, muitos ainda torturados e mortos na mão dos poderosos pagãos. Brás abandonou o bispado e se protegeu na caverna de uma montanha isolada e mesmo assim, depois de descoberto e capturado, morreu em testemunho de sua fé sob as ordens do imperador Licínio, em 316.

Muitas tradições envolvem seus prodígios, graças e seu suplício. Segundo elas, fama de sua santidade rodou o mundo ainda enquanto vivia e sua morte foi impressionante. O bispo Brás teria sido terrivelmente flagelado e torturado, sendo por fim pendurado em um andaime para morrer. Como isso não acontecia, primeiro lhe descarnaram os ossos com pentes de ferro. Depois tentaram afogá-lo duas vezes e, frustrados, o degolaram para ter certeza de sua morte.

O corpo do santo mártir ficou guardado na sua catedral de Sebaste da Armênia, mas no ano 732 uma parte de suas relíquias foram embarcadas por alguns cristãos armênios que seguiam para Roma.

Nessa ocasião uma repentina tempestade interrompe a viagem na altura da cidade de Maratea, em Potenza; e alí os fieis acolhem as relíquias do santo numa pequena igreja, que depois se tornaria sua atual basílica e a localidade receberia o nome de Monte São Brás.

Mais recentemente, em 1983 no local da igrejinha inicial foi erguida uma estátua de São Brás, com a altura de vinte e um metros. Como dissemos, do Oriente ao Ocidente, todo mundo cristão se curva à devoção de São Brás nomeando ainda hoje cidades e locais, para render-lhes homenagem e veneração.

Fonte:
Paulinas

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Nossa Senhora dos Navegantes

Nossa Senhora dos Navegantes é um título dado a Mãe de Jesus, Maria.

A fé e a designação Nossa Senhora dos Navegantes, tem início no século XV, com a navegação dos europeus, especialmente com os portugueses. As pessoas que viajavam pelo mar pediam proteção à Nossa Senhora para retornarem aos seus lares. Maria era vista como protetora das tempestades e demais perigos que o mar e os rios ofereciam.

A primeira estátua foi trazida de Portugal junto com os navegadores. Pedro Álvares Cabral trazia em sua nau capitânia uma imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança, sendo levada até a Índia, onde uma capela em sua homenagem foi erguida e ali ficou até o século XVII sob a guarda de franciscanos e sob mantença de descendentes de Cabral. Atualmente, a imagem está na Igreja da Sagrada Família, em Belmonte, Portugal.

Nossa Senhora dos Navegantes é também conhecida pelo nome de Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Boa Viagem; Nossa Senhora da Boa Esperança e Nossa Senhora da Esperança.

Em Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade católica acontece um dos momentos mais marcantes da festa de Nossa Senhora dos Navegantes em Pelotas, que em 2011 chegou à 80ª edição.

A fé no Brasil

A fé em Nossa Senhora dos Navegantes chegou ao Brasil através dos navegadores portugueses e espanhóis. Em Porto Alegre, cidade de colonização açoriana Nossa Senhora dos Navegantes foi declarada padroeira da cidade. Todos os anos é realizada em Porto Alegre uma procissão fluvial no Rio Guaíba.

Sua festa é dia 02 de Fevereiro e na festa de 2008 em Porto Alegre à procissão em honra a Nossa Senhora dos Navegantes reuniu mais de 100 mil pessoas.

Nossa Senhora dos Navegantes em Portugal

Nossa Senhora dos Navegantes é, também em Portugal, associada ao mar e à proteção dos marinheiros pela Santa Mãe de Deus. Mas a diferença é que os portugueses associam-na, principalmente, às comunidades pescatórias. A sua festa realiza-se a 15 de Agosto com procissões em várias comunidades de pescadores por todo o país. Uma das grandes festas a Nossa Senhora dos Navegantes realiza-se em Cascais entre os dias 3 e 15 de Agosto. Durante esta semana, a população reúne-se na Baía de Cascais para uma grande mostra gastronômica e artesanal e ainda o lançamento de fogo de artifício todos os dias. No final, dia 15, festeja-se Nossa Senhora dos Navegantes numa procissão pelas ruas da vila de Cascais e depois de barco até meio da Baía onde se dá a Benção do mar e da vila. Esta festa é também realizada na Costa da Caparica.

Também é realizada uma festa em honra da Nossa Senhora dos Navegantes em Armação de Pêra. Nesta festa há uma procissão pelas ruas da vila e também há uma procissão pelo mar, com os barcos dos pescadores e outros barcos.

Fonte:
Wikipédia

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Santa Brígida de Kildare

Santa Brígida de Kildare ou Brígida de Ireland (Brigit, Bridget, Bridgit, Bríd) ou até mesmo na Irlanda pode ser Naomh Bhríde (453 - 524) era uma cristã irlandêsa, freira, abadessa, e fundadora de diversos conventos, que é venerado como santa. Ela é considerada uma das santas padroeiras da Irlanda, juntamente com São Patrício e São Columba. Seu dia e festa é em 1 de fevereiro, o primeiro dia da Primavera, que é tradicional na Irlanda.

Início da vida

Tal como acontece com muitos santos antigos a biografia de Brígida tem sido dificultada pela passagem do tempo. Muita mudança ocorreu dentro do corpo de informação que agora existe. Muitas vezes os limites entre a tradição oral e escrita se tornam difíceis de distinguir. Segundo a tradição, ela nasceu em Faughart, Irlanda.

Devido à lendária qualidade dos primeiros contos de sua vida, não há muita discussão entre muitos estudiosos e mesmo fiéis cristãos quanto à autenticidade de suas biografias. Segundo elas seus pais eram Dubhthach, um pagão de Leinster, e Brocca, ums cristã de Pictos que havia sido batizada por São Patrício.

Alguns contos de sua vida sugerem que a mãe de Brígida foi, de fato, galaico-sueva, raptada por piratas irlandeses e levada para a Irlanda para trabalhar como escrava da mesma maneira que Patricío. Brígida recebeu o mesmo nome de uma das mais poderosas deusas da religião pagã, que o seu pai Dubhthach praticava; Brígida era a deusa do fogo, cujas manifestações foram música, artesanato, e poesia, que os irlandeses consideravam a chama do conhecimento.

Santidade

Ela foi convertida como cristã ou 468,mas ela foi inspirada pela pregação de São Patrício desde a mais tenra idade. Apesar da oposição do seu pai, ela era determinada a entrar na vida religiosa. Várias testemunhos atestam a sua grande piedade.

Ela tinha um coração generoso e nunca poderia recusar nada a um pobre, que vinha para a porta do pai.Sua caridade irritava seu pai: ele pensava que ela estava a ser demasiadamente generosa para os pobres e necessitados, quando ela distribuia seu leite e farinha para todos. Quando ela finalmente deu sua jóia a um leproso, Dubhthach percebeu que talvez, fosse o mais adequado para sua filha a vida de uma freira.

Brígida finalmente obteve o seu desejo ela foi enviada para um convento.Brigid recebeu o véu de Santo Mel e professou votos a dedicar sua vida a Cristo. A partir deste ponto surgiram histórias e lendas sobre Brigid. Ela é creditada por ter fundado um convento em Clara,no Condado de Offaly sua primeira fundaçâo. Mas era para ser em Kildare que o seu principal alicerce iria surgir. Cerca de 470 ela fundou a Abadia Kildare, uma duplo mosteiro, com freiras e monges. Brigid era famosa por seu senso comum e acima de tudo pela sua santidade: na sua vida, ela era considerada como um santa. A Abadia de Kildare tornou-se uma dos mais prestigiados mosteiros da Irlanda, famoso em toda a Europa cristã.

Morte

Ela morreu em Kildare em torno de 525 e foi enterrada em um túmulo na igreja de sua abadia . Depois de algum tempo ela foi transporta para Downpatrick com os resstos dos outros dois santos padroeiros da Irlanda, Patricio e Columba. Seu crânio foi extraído e levado à Igreja de São João Batista de Lisboa, Portugal, por três irlandeses nobres, onde permanece ate hoje. Há uma ampla devoção a ela na Irlanda, onde ela é conhecida como a "Maria do Gael" e seu culto foi trazido para a Europa pelos missionários irlandeses, nos séculos depois da sua morte. Na Bélgica, existe uma capela dedicada a Santa Brígida em Fosses-la-Ville.

A Cruz de Santa Brígida

A lenda conta que ela fez a cruz e colocou-a no chão ao lado de um homem à morrer, a fim de convertê-lo. É interessante notar que essa lenda não aparece em nenhuma das fontes mais antigas e até hoje sua origem continua perdida na tradição oral.A cruz continua sendo costume em muitas casas, na Irlanda em honra a santa.

A cruz assume muitas formas e é tecnicamente classificada pelos especialistas como um ofício do povo embora as tecnologias utilizadas. Segundo a tradição uma nova cruz é feita cada dia de Santa Brígida (1 de Fevereiro), bem como as antigas são queimada.Alguns acreditam que manter uma cruz no teto é uma boa maneira de preservar a casa de incêndios, que foi sempre uma grande ameaça a casas com construção com madeira.

Fonte
Wikipédia

segunda-feira, janeiro 31, 2011

São Francisco Saveiro Maria Bianchi

Francisco Saverio Maria Bianchi nasceu no dia 2 de dezembro de 1743, na cidade de Arpino, França, e viveu quase toda a sua vida em Nápoles, Itália. Era filho de Carlo Bianchi e Faustina Morelli, sua família era muito cristã e caridosa. Francisco viveu sua infância num ambiente familiar, de doação ao próximo e que o influenciou durante toda sua existência religiosa.

Aos doze anos entrou para o "Colégio dos Santos Carlos e Felipe" da ordem dos Barnabistas e em 1762, para o seminário onde jurou fidelidade a Cristo e fez seus votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência. Completou os estudos de direito, ciência, filosofia e teologia em Nápoles e Roma. Foi ordenado sacerdote aos 25 de janeiro de 1767. Tendo em vista sua alta cultura, seus Superiores o enviam de volta para lecionar no Colégio de Belas Artes e Letras de Arpino e, dois anos depois, ao Colégio São Carlos em Nápoles, para ensinar filosofia e matemática. Em 1778 foi chamado para ensinar na Universidade de Nápoles. No ano seguinte recebe o título de "Sócio Nacional da Real Academia de Ciências e Letras". A intensa atividade no campo da cultura não o impediu, todavia, de viver plenamente a vida de religioso, desempenhando importantes cargos na Congregação e continuando a exercer seu ministério sacerdotal.

Com o transcorrer dos anos padre Bianchi deixou gradativamente de praticar o ensino e viveu mais o sacerdócio contemplativo e penitente na mortificação dos sentidos. Ao seu redor se formou uma próspera família espiritual. A fama de sua virtuosidade e santidade cresceu na mesma proporção em que suportou heroicamente uma doença incurável que o imobilizou numa cadeira por treze anos, os últimos de sua vida. Mesmo assim não deixou de celebrar a Santa Missa, de acolher e aconselhar a todos os que o procuravam, distribuindo palavras de coragem e conforto. Consumido pela doença morreu em 31 de janeiro de 1815, envolto pela paz e suprema alegria espiritual.

Francisco Bianchi viveu durante o período conturbado e histórico das sucessivas conquistas e batalhas empreendias pelo imperador Napoleão Bonaparte. Assistiu a destruição de todas as bases políticas da Europa. Sobretudo, viu o clima anti-religioso ser instalado e que se materializou contra o clero com leis de confisco, incêndios e expulsões de congregações inteiras dos domínios napoleônicos. Mas, padre Francisco Bianchi se manteve apaixonadamente sacerdote de Cristo. Lutou contra a miséria, a desnutrição, as epidemias, as doenças e por fim contra a baixa estima dos habitantes tão abandonados politicamente.

O seu funeral foi um dos mais comoventes, onde estiveram reunidas personalidades ilustres das áreas das artes, da ciência, da Igreja e a imensa população, para as últimas homenagens àquele que chamaram de "Apóstolo de Nápoles" e "santo". Em 1951, foi canonizado pelo papa Pio XII, em Roma. E as relíquias mortais de São Francisco Saveiro Maria Bianchi foram sepultadas na capela da Igreja de Santa Maria de Caravaggio em Nápoles, Itália. Para sua homenagem e culto foi escolhido o dia 31 de janeiro.

Fonte:
Paulinas

domingo, janeiro 30, 2011

Santa Jacinta de Marescotti

Religiosa da Ordem Terceira de São Francisco e fundadora dos Sacconi e Oblatas de Maria; nasceu em 1585, no castelo Vignanello e faleceu em 30 de Janeiro de 1640, em Viterbo.

Filha de Marcantonio Marescotti e Ottavia Orsini recebera no batizado o nome de Clarice. No início da juventude foi notável por sua devoção, mas com o decorrer dos anos tornara-se frívola, exibindo uma “disposição mundana”, que nem mesmo o quase milagroso salvamento de sua vida na idade de 17 anos pode mudá-la; tampouco sua frivolidade fora eliminada pela educação que tivera no convento de São Bernardino em Viterbo, no qual sua irmã vestira o hábito de religiosa. Aos vinte anos, decidiu se casar com o Marquês Capizucchi, mas seus pais conduziram-na à vida religiosa. Grandemente desapontada, tornara-se apática; tendo por fim, entrado para o Convento de St. Bernardine, onde recebera o nome de Jacinta.

Dissera ao pai, no entanto, que não abandonaria as comodidades do mundo e pediu-lhe para mobiliar seus aposentos com todo conforto. Mantinha sua própria cozinha, vestia um hábito feito do mais fino tecido, recebia e fazia visitas e organizava diversões. Por dez anos sustentou esse modo de vida, tão contrário ao espírito de seus votos e de tal forma uma fonte de escândalo para a comunidade.

Porém, com o passar do tempo, foi tocada pela graça de Deus e as assíduas exortações de seu confessor durante uma séria enfermidade, fizeram-na perceber a loucura de seu passado e contribuíram para uma mudança radical em seu modo de vida. No refeitório, fez uma confissão pública de suas faltas; livrou-se de suas valiosas vestimentas, vestindo um velho hábito; jejuava frequentemente a pão e água e mortificava seu corpo com vigílias e severas flagelações.

Realizou diversos milagres, possuía os dons da profecia e do discernimento dos pensamentos de outras pessoas. Fundou duas fraternidades, cujos membros eram chamados de Oblatas de Maria e Sacconi. Uma das quais reunia almas para o cuidado de doentes, para os pobres que tinham vergonha de pedir esmolas, e para o cuidado de prisioneiros; a outra obtinha moradia para os idosos.

Com suas obras de caridade, Santa Jacinta conseguiu angariar muitas pessoas, de várias idades e classes sociais e, em particular converteu Francis Pacini (que era um ladrão muito conhecido) para o Cristianismo e que se tornou o membro mais ativo dos Sacconi. Durante uma epidemia que assolou Viterbo, ela desmonstrou uma heróica caridade no socorro aos doentes. Sua morte causou grande tristeza em Viterbo e multidões acorreram ao seu funeral.

Foi beatificada pelo Papa Benedito XIII em 1726, e canonizada em 14 de maio de 1807, por Pio VII. Seu corpo ainda se encontra guardado em uma urna no Monastério da Igreja de São Bernardino em Viterbo.

Fonte:
Transformarte

sábado, janeiro 29, 2011

Santo Valério de Treviri

Nesta data as homenagens da Igreja estão voltadas para dois santos com o mesmo nome, Valério e ambos bispos, mas viveram em séculos bem distantes. O primeiro a ser canonizado, foi o da diocese de Treviri. O segundo foi o de Ravena, que pode ser encontrado na outra página.

Uma tradição muito antiga nos conta que o bispo de Treviri, chamado Valério, foi discípulo do apóstolo Pedro. Este o teria consagrado bispo e enviado para evangelizar a população da Alemanha. Mas, isto não ocorreu, São Pedro testemunhou a fé pelo menos dois séculos antes.

Entretanto, Valério realmente foi o bispo de Treviri e prestou um relevante trabalho de evangelização para a Igreja de Roma. Primeiro auxiliando Eucario, que foi o primeiro bispo desta diocese e depois colaborando com Materno, seu contemporâneo; os quais foram incluídos no Livro dos Santos, como grandes apóstolos da Alemanha.

Nos registros posteriores, revistos pelo Vaticano no final do primeiro milênio, onde foram narrados os motivos da santidade dos religiosos até então, encontramos o seguinte, sobre Valério: "converteu multidões de pagãos e operou milagres singelos e expressivos". Talvez o mais significativo, tenha sido quando Valério, trouxe de volta a vida do companheiro Materno com o simples toque do seu bastão episcopal. Depois, o outro companheiro de missão, que já havia falecido, Eucario, o teria avisado em sonho que no dia 29 de janeiro ele seria recebido no Reino de Deus. Valério morreu neste dia de um ano ignorado, no início do século IV.

A fama de sua santidade aumentou com a sua morte e os devotos procuravam a sua sepultura para agradecer ou pedir a sua intercessão. O culto se intensificou com a construção de muitas igrejas dedicadas a São Valério, principalmente entre os povos de língua germânica. Muitas cidades o elegeram como seu padroeiro. As suas relíquias, conservadas numa urna de prata, se encontram na basílica de São Matias, na cidade de Treviri, atualmente chamada de Tries, na Alemanha. A festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

Fonte:
Paulinas

sexta-feira, janeiro 28, 2011

São José Freinademetz

Giuseppe Freinadmetz nasceu no dia 15 de Abril de 1852, em Oies (Bolzano), um pequeno aglomerado de casas nas Dolomitas, do Norte de Itália. Foi baptizado no dia em que nasceu e herdou da família uma fé simples e tenaz e uma grande capacidade de trabalho.

Enquanto estudante de Teologia no Seminário Diocesano de Bressanone (Brixen), ele começou a pensar em dedicar a vida ao serviço das missões. Foi ordenado sacerdote no dia 25 de Julho de 1875 e encarregado da Paróquia de S. Martinho (St. Martin di Badia), muito próximo da casa paterna, onde muito rapidamente conquistou os corações da sua gente. No entanto, o apelo ao serviço da missão não o abandonou. Dois anos após a ordenação entrou em contacto com o Pe. Arnaldo Janssen , Fundador da casa de Steyl, que ficaria a conhecer-se como Congregação do Verbo Divino.

Com a autorização do Bispo, José deixou a paróquia e dirigiu-se a Steyl, na Holanda, no mês de Agosto de 1878. No dia 2 de Março de 1879 recebeu a cruz missionária e partiu para a China com o P. João Baptista Anzer, outro missionário do Verbo Divino. Cinco semanas mais tarde, chegavam a Hong Kong, onde ficaram dois anos preparando-se para a etapa seguinte. Em 1881 partiram para a nova missão no Shantung do Sul, uma província com 12 milhões de habitantes e somente 158 cristãos.

Os próximos dois anos foram marcados por duras e longas viagens, assaltos de bandidos e as dificuldades na formação das pequenas comunidades cristãs. Logo que uma comunidade começava a organizar-se, uma ordem do Bispo obrigava-o a deixar tudo e a começar de novo.

José aprendeu desde muito cedo a importância de um laicado empenhado, especialmente dos catequistas, para o trabalho da primeira evangelização. Dedicou muita energia à formação dos Leigos e preparou um manual para a catequese em Chinês. Ao mesmo tempo, juntamente com Anzer, que se tornara bispo, ele dedicou grande esforço à preparação, animação espiritual e formação permanente de sacerdotes chineses e de outros missionários.

A sua vida esteve marcada pelo desejo de se transformar num Chinês entre os Chineses e nesse espírito escrevia à família: «Eu amo a China e os Chineses; eu quero morrer e ser sepultado entre eles».

Em 1889 Freinadmetz adoeceu gravemente de uma laringite e teve um início de tuberculose, devido ao excesso de trabalho e a outros sofrimentos. A insistência do Bispo e dos confrades, ele saiu para o Japão para descansar, na esperança de que recuperasse a saúde. Ele nunca mais se recompôs totalmente e voltou ao trabalho missionário na China.

Quando no ano de 1907, o bispo empreendeu uma viagem à Europa, Freinadmetz assumiu o lugar de Administrador da Diocese. Durante esse período surgiu uma epidemia de tifo. José, como um bom pastor oferecendo ajuda onde podia, visitava as muitas comunidades até que ele próprio foi infectado. Dirigiu-se a Taikia, sede da Diocese, onde morreu no dia 28 de janeiro de 1908. Ele foi sepultado junto da duodécima estação da Via Sacra e o seu sepulcro transformou-se rapidamente num centro de peregrinação para os cristãos.

Freinadmetz aprendeu a descobrir a grandeza e beleza da cultura chinesa e a amar profundamente o povo a quem fora enviado. Dedicou a sua vida à proclamação do Evangelho do amor de Deus por todos os povos e à incarnação deste amor na formação das comunidades cristãs da China. Animou essas comundades a abrirem-se em solidariedade com os povos vizinhos. Encorajou muitos Chineses a tornarem-se missionários entre o seu povo como catequistas, religiosos, irmãs religiosas e sacerdotes. A sua vida era bem a expressão deste dito seu: «A linguagem que todo o mundo entende é a linguagem do amor.

Fonte:
Verbo Divino

quinta-feira, janeiro 27, 2011

Santo Henrique de Ossó e Cervello

Henrique nasceu em Vinebre, Espanha, no dia 15 de Outubro de 1840. Aos 14 anos perdeu sua querida mãe, vitima do cólera. Esta perda prematura, despertou no jovem Enrique o desejo de ser sacerdote: “Serei sempre de Jesus, seu ministro, seu apóstolo, seu missionário de paz e de amor”. Foi ordenado sacerdote aos 27 anos.

Teve uma vida curta, pois morreu antes de completar 56 anos, mas nem por isso foi menos intensa na entrega a Deus e no serviço aos irmãos. Profundamente movido pela experiência de ser criatura amada e acompanhada por Deus e pelo desejo de fazer com que outras pessoas também “Conhecessem e amassem a Jesus” desenvolveu uma série de atividades, atingindo especialmente as crianças e a mulher.

Sua vida toda foi a confirmação do desejo de ser ministro, apóstolo e missionário de Jesus. Desde muito jovem aproximou-se de Santa Teresa, através da leitura de seus escritos. Cativado pelos ensinamentos e pela vida de Teresa, tornou-se um incansável propagador de sua doutrina, despertando nos seus leitores e seguidores admiração e amor. Quem se aproxima de Enrique, inevitavelmente chega a Teresa.

Santo Henrique foi o fundador da Companhia de Santa Teresa de Jesus, Congregação das irmãs teresianas e também do MTA. É importante conhecê-lo para compreender melhor qual o papel da educação teresiana na sociedade de hoje.

Fonte:
Alpalhão

Outros links interessantes sobre Santo Henrique de Ossó
  1. Biografia
  2. Biografia

quarta-feira, janeiro 26, 2011

Santa Paula Romana

Santa Paula nasceu em Roma a 5 de maio de 347, durante o pontificado de São Júlio I, no reinado dos imperadores Constante e Constâncio, em pleno desenvolvimento da Igreja, saída das catacumbas havia apenas 34 anos.

Com a riqueza e a glória, Paula encontrou em seu berço a fé cristã. Foi educada no cristianismo pela mãe, num espírito de verdadeiro amor pela Religião e profunda aversão a tudo que se referia ao paganismo ainda pujante. Na gravidade e pureza de costumes, como convinha a uma patrícia romana cristã, Paula recebeu, a par de sólida formação religiosa, uma educação intelectual e artística esmerada. De origem greco-romana, aprendeu as duas línguas de modo a ler os clássicos de ambas com igual facilidade.

Criança ainda, passava com desdém diante dos ruidosos lugares onde pompeavam os divertimentos pagãos, preferindo as catacumbas aos circos e teatros.

Grande dama, mas de vida inconseqüente

Aos dezesseis anos os pais a casaram com o nobre Júlio Toxocio, patrício romano da família de Júlio César, alma nobre e espírito delicado, mas infelizmente pagão. Como pôde uma família piedosa planejar tal aliança? Desejo de prestígio e de fortuna, passando por cima de tudo? Ou era movida pela idéia de que Paula acabaria convertendo o marido? Não o sabemos. Deus, entretanto, abençoou essa união com quatro filhas e um filho, que davam as melhores esperanças à mãe. No auge da felicidade e do luxo, Paula sempre se manteve honesta, mas deixava-se levar por uma vida mole e mundana, sem pensar muito na eternidade.

De acordo com sua situação social, passeava pelas ruas da Roma imperial em liteira dourada portada por escravas, vestida de seda e ornada de jóias, receando colocar o pé em terra para não sujar seu delicado sapato. Mas, infelizmente, esquecia-se de que tinha uma alma imortal que devia salvar. Ao lado dessa vida luxuosa e por vezes inconseqüente, Paula era conhecida como mulher de conduta irrepreensível, citada como modelo de dama da velha cepa patrícia.

Piedosa viuvez consagrada a Deus

Estava, entretanto, nos planos da Providência que essa situação não fosse duradoura. Com efeito, no ano de 379 uma enfermidade arrebatou-lhe o esposo. Em meio à terrível provação, Paula foi tocada pela graça e decidiu-se a viver no futuro só para Deus e seus filhos ainda pequenos, numa viuvez consagrada, apesar de ter somente 32 anos de idade.

A isso ajudou-a muito ter encontrado, no seio da sociedade corrompida de Roma, uma outra sociedade de igual nobreza, formada por viúvas e virgens pertencentes às primeiras famílias da Cidade Eterna, que levavam uma vida de piedade e boas obras sob a direção de Santa Marcela. Era o Cristianismo que, pela graça de Deus, vicejava nas mais altas classes sociais do Império.

E assim foi até que, em 382, chegaram a Roma dois prelados, antigos anacoretas do deserto – Santo Epifânio, bispo de Salamina, e Paulino, bispo de Antioquia – para tomarem parte num concílio convocado pelo Papa São Dâmaso a fim de tratar assuntos da igreja do Oriente. Acompanhava-os um monge, Jerônimo, que já então tinha dado muito o que falar de suas virtudes.

Santa Paula hospedou Santo Epifânio em seu palácio, ouvindo-o falar sobre os padres do Ermo e da vida monástica em geral. Ela compartilhava com Santa Marcela tudo o que ouvia, e ambas estudavam um modo de ir transformando seu pequeno “convento” segundo esse modelo ideal.

Terminado o concílio, os dois bispos voltaram para o Oriente, mas São Dâmaso reteve o monge Jerônimo como secretário, encarregando-o da revisão das Sagradas Escrituras. As nobres mulheres tiveram grande proveito com essa presença tão santa, tomando como mestre o mortificado monge.

Com isso tiveram origem as “reuniões do Aventino”, isto é, do palácio de Santa Marcela, onde São Jerônimo fez conferências sobre teologia e estudos bíblicos. Eram muito atentas suas aristocráticas alunas. Diz São Jerônimo: “O que eu via nelas de espírito, de penetração, ao mesmo tempo que de encantadora pureza e virtude, não saberei dizer”.

Paula assistia às conferências com suas filhas, ouvindo o monge com a maior atenção. Jerônimo aos poucos compreendeu que aquela alma predestinada era chamada à mais alta perfeição, e a incentivou a prosseguir com decisão nesse caminho.

A digna matrona, sentindo-se chamada a uma vocação especial, havia abandonado o leito de plumas, os vestidos de seda e as jóias deslumbrantes, trocando tudo por uma túnica de lã e cilícios. Ela recolhia os pobres sem lar, vestia os miseráveis, provia de alimentos e medicina os desamparados.

São Jerônimo, que era enérgico e um tanto rígido para consigo mesmo, não consentia em suas dirigidas uma piedade apoucada. Exigia delas grandes horizontes e esmerada virtude. Propôs-lhes mesmo aprenderem o hebreu, para estudar as Sagradas Escrituras no original em que foram escritas. Como “não era possível encontrar espírito mais dócil que o de Paula”, ela e suas filhas puseram-se com empenho ao labor. Com o tempo, conseguiam cantar os salmos na língua em que foram compostos e ler as Sagradas Escrituras no original hebreu.

Paula, no entanto, não negligenciava seus deveres domésticos e sociais. Mãe devotada, casou sua filha Paulina com o rico e virtuoso senador Pamaquio. A segunda, Blesila, casou-se, mas em pouco tempo ficou viúva e faleceu piedosamente em 384, aos 20 anos de idade. A filha Rufina faleceu em 386, restando-lhe a última, Eustóquia (santa), que acompanhou a mãe ao Oriente, onde faleceu em 419. O único filho de Paula, Toxocio, primeiramente pagão, fez-se batizar em 385 e casou-se em 389 com a patrícia Laeta, filha do sacerdote pagão Albino. Foi pai de Paula, a Moça, que em 404 uniu-se a Eustóquia em Belém, e em 420 fechou os olhos de São Jerônimo.

Junto à manjedoura de Jesus Cristo

A virtude de Santa Paula não podia ficar impune para os mundanos. Logo se espalhou por toda Roma uma campanha de calúnias sobre as relações dela com São Jerônimo, o que obrigou-o a retirar-se para a Terra Santa. Na época, escreveu a Santa Marcela: “Tenho sofrido horrorosamente, mas isto o que importa para quem combate sob o estandarte de Cristo? Imputaram-me um crime infamante, mas sei ir ao reino dos Céus tanto pela infâmia quanto pela boa fama”. Tais eram os rumores, que Santa Paula viu-se obrigada a dividir seu patrimônio entre os filhos, reservando para suas boas obras apenas pequena parte. Devido a essa campanha organizada contra ela, mais as mortes de Blesila e de São Dâmaso no ano de 384, Santa Paula decidiu mudar-se também para a Terra Santa.

Deixou os filhos Toxocio e Rufina aos cuidados de Santa Marcela, e levou consigo a fiel Eustóquia, que queria compartilhar sua sorte. No ano de 385, embarcaram para o Oriente. São Jerônimo, que as tinha precedido, reuniu-se a elas em Antioquia. Santa Paula e a filha fizeram primeiro uma piedosa e detalhada peregrinação pela Terra Santa, indo depois para o Egito a fim de edificar-se com as virtudes dos anacoretas e cenobitas que povoavam aquela região, principalmente São Macário, Santo Arsênio e São Serápio. Depois, cedendo a um desejo do coração, fixou sua residência em Belém, como já o havia feito São Jerônimo.

Santa Paula edificou junto à igreja da Natividade dois mosteiros: um feminino, do qual ficou superiora, e no qual entraram sua filha e várias das viúvas e virgens que a haviam acompanhado à Terra Santa; outro masculino, que ficou sob a direção de São Jerônimo.

A vida nos dois mosteiros era inspirada na dos grandes anacoretas do deserto. São Jerônimo diz que “as que em outro tempo gemiam sob o peso das jóias e brocados andam agora miseravelmente vestidas, preparam os lampiões, acendem o fogo, varrem os pisos, limpam os legumes, colocam na panela fervente as ervas, preparam as mesas e correm daqui para lá dispondo de tudo”.Santa Paula e Santa Eustóquia davam o exemplo em tudo, sendo as primeiras nos trabalhos mais vis.

Uma coisa não conseguia São Jerônimo: diminuir as liberalidades de Santa Paula para com os pobres. Isso de tal maneira, que ela ficou reduzida à miséria, e ainda assim tomava emprestado para poder atender àqueles que a ela recorriam. Ela dizia: “Deus me é testemunha de que não faço nada senão pelo seu nome, e que só tenho um desejo: morrer na miséria e ser enterrada em um lençol emprestado”. São Jerônimo exclama admirado: “Que coisa mais admirável a virtude desta mulher, opulenta antigamente e hoje reduzida à última indigência!”

Paula e Eustóquia tiveram ampla participação nos trabalhos de São Jerônimo, como sábias secretárias e tradutoras. Não é exagerado dizer que Santa Paula foi a alma da grande empresa –– a tradução da Bíblia Sagrada conhecida como Vulgata. Com efeito, ela ressentia-se da escassez da exegese bíblica dos ocidentais e pressionava o santo para que remediasse a isso. Mas Jerônimo opunha sempre as repugnâncias de sua humildade. “Se bem que muito santa, Paula não deixava de ser mulher, e de um espírito fino e penetrante. Pois bem: pediu-lhe ao menos que escrevesse alguma coisa sobre a menor das epístolas de São Paulo, a dirigida a Filemon, ainda que não fosse mais que uma página de quarenta linhas. Jerônimo caiu no laço: fez o que lhe pedia, e o resto veio depois. O ‘resto’ são seus grandes comentários paulinos. ‘Para que vejas o que pode sobre mim tua vontade’.

Tal vida virtuosa, tal morte santa

No ano de 395 os hunos, que encheram de ruínas o Império Romano do Ocidente, caíram como um raio sobre o Oriente. Os moradores dos dois mosteiros, com Jerônimo e Paula, fugiram. Entretanto os invasores voltaram atrás sem ter chegado ao Líbano, e os fugitivos voltaram aos seus mosteiros.

No final do ano de 403, Santa Paula caiu enferma. Suas mortificações haviam debilitado seu organismo não muito forte. Diz São Jerônimo: “Paula havia, como diz o Apóstolo, percorrido sua carreira e guardado a Deus sua fé. A hora ia soar para ela, de receber a coroa e seguir o Cordeiro por onde Ele fosse. Ela, que teve a fome sagrada da justiça, ia ser satisfeita; e já, alegre, podia cantar: ‘Tudo o que ouvimos da cidade do Deus das virtudes, iremos ver agora’.

O bispo de Jerusalém e os da Palestina, e muitos monges e virgens, acorreram para junto do leito da digna agonizante. São Jerônimo e muitos sacerdotes e levitas já rodeavam seu leito. A ilustre Paula expirou santamente no dia 26 de janeiro do ano 404, aos 56 anos de idade.

Fonte:
Catolicismo

terça-feira, janeiro 25, 2011

Conversão de São Paulo

O martírio de São Paulo é celebrado junto com o de São Pedro, em 29 de junho, mas sua conversão tem tanta importância para a história da Igreja que merece uma data à parte. Neste dia, no ano 1554, deu-se também a fundação da que seria a maior cidade do Brasil, São Paulo, que ganhou seu nome em homenagem a tão importante acontecimento.

Saulo, seu nome original, nasceu no ano 10 na cidade de Tarso, na Cilícia, atual Turquia. À época era um pólo de desenvolvimento financeiro e comercial, um populoso centro de cultura e diversões mundanas, pouco comum nas províncias romanas do Oriente. Seu pai Eliasar era fariseu e judeu descendente da tribo de Benjamim, e, também, um homem forte, instruído, tecelão, comerciante e legionário do imperador Augusto. Pelo mérito de seus serviços recebeu o título de Cidadão Romano, que por tradição era legado aos filhos. Sua mãe uma dona de casa muito ocupada com a formação e educação do filho.

Portanto, Saulo era um cidadão romano, fariseu de linhagem nobre, bem situado financeiramente, religioso, inteligente, estudioso e culto. Aos quinze anos foi para Jerusalém dar continuidade aos estudos de latim, grego e hebraico, na conhecida Escola de Gamaliel, onde recebia séria educação religiosa fundamentada na doutrina dos fariseus, pois seus pais o queriam um grande Rabi, no futuro.

Parece que era mesmo esse o anseio daquele jovem baixo, magro, de nariz aquilino, feições morenas de olhos negros, vivos e expressivos. Saulo já nessa idade se destacava pela oratória fluente e cativante marcada pela voz forte e agradável, ganhando as atenções dos colegas e não passando despercebido ao exigente professor Gamaliel.

Saulo era totalmente contrário ao cristianismo, combatia-o ferozmente, por isso tinha muitos adversários. Foi com ele que Estêvão travou acirrado debate no templo judeu, chamado Sinédrio. Ele tanto clamou contra Estevão que este acabou apedrejado e morto, iniciando-se então uma incansável perseguição aos cristãos, com Saulo à frente com total apoio dos sacerdotes do Sinédrio.

Um dia, às portas da cidade de Damasco, uma luz, descrita nas Sagradas Escrituras como "mais forte e mais brilhante que a luz do Sol", desceu dos céus, assustando o cavalo e lançando ao chão Saulo , ao mesmo tempo em que ouviu a voz de Jesus pedindo para que parasse de persegui-Lo e aos seus e, ao contrário, se juntasse aos apóstolos que pregavam as revelações de Sua vinda à Terra. Os acompanhantes que também tudo ouviram, mas não viram quem falava, quando a luz desapareceu ajudaram Saulo a levantar pois não conseguia mais enxergar. Saulo foi levado pela mão até a cidade de Damasco, onde recebeu outra "visita" de Jesus que lhe disse que nessa cidade deveria ficar alguns dias pois receberia uma revelação importante. A experiência o transformou profundamente e ele permaneceu em Damasco por três dias sem enxergar, e à seu pedido também sem comer e sem beber.

Depois Saulo teve uma visão com Ananias, um velho e respeitado cristão da cidade, na qual ele o curava. Enquanto no mesmo instante Ananias tinha a mesma visão em sua casa. Compreendendo sua missão, o velho cristão foi ao seu encontro colocando as mãos sobre sua cabeça fez Saulo voltar a enxergar, curando-o. A conversão se deu no mesmo instante pois ele pediu para ser Batizado por Ananias. De Damasco saiu a pregar a palavra de Deus, já com o nome de Paulo, como lhe ordenara Jesus, tornando-se Seu grande apóstolo.

Sua conversão chamou a atenção de vários círculos de cidadãos importantes e Paulo passou a viajar pelo mundo, evangelizando e realizando centenas de conversões. Perseguido incansavelmente, foi preso várias vezes e sofreu muito, sendo martirizado no ano 67, em Roma. Suas relíquias se encontram na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, na Itália, festejada no dia de sua consagração em 18 de novembro.

O Senhor fez de Paulo seu grande apóstolo, o apóstolo dos gentios, isto é, o evangelizador dos pagãos. Ele escreveu 14 cartas, expondo a mensagem de Jesus, que se transformaram numa verdadeira "Teologia do Novo Testamento". Também é o patrono das Congregações Paulinas que continuam a sua obra de apóstolo, levando a mensagem do Cristianismo a todas as partes do mundo, através dos meios de comunicação.

Fonte:
Paulinas

segunda-feira, janeiro 24, 2011

São Francisco de Sales

Os anos convulsionados na França, depois da Reforma Protestante, formaram o pano de fundo da vida de Francisco de Sales. Ele nasceu no dia 21 de agosto de 1567 de uma família nobre, no reino da Sabóia, situado entre a França, Itália e Suíça. Ele estudou no Colégio de Clermont dos Jesuítas, em Paris, e na Universidade de Pádua, onde se doutorou no Direito Canônico e Civil.

Sendo estudante em Paris, teve que enfrentar a tempestade de uma severa crise espiritual, ao sofrer a tentação de desespero referente à predestinação. Para o seu pai, foi uma grande decepção que Francisco não aceitou uma carreira esplêndida no mundo, mas preferiu o sacerdócio. Depois da ordenação, o seu bispo o enviou como jovem missionário para Chablais, distrito da Sabóia, por quatro anos.

Lá ficou famoso por seus folhetos em defesa da fé e, mal e mal, se escapou de um atentado contra sua vida. Os seus escritos dessa época foram publicados com o título Controvérsias e a Defesa do Estandarte da Santa Cruz. Ao finalizar o seu apostolado de missionário, ele tinha persuadido cerca de 72.000 Calvinistas a voltar para a Igreja Católica.

Foi ordenado bispo de Genebra em 1602, mas residia em Annecy (agora situada na França), já que Genebra estava sob o domínio dos Calvinistas e ficou fechada para ele. Sua diocese tornou-se muito conhecida na Europa por motivo de sua organização eficiente, seu clero zeloso e os leigos bem esclarecidos - uma realização monumental naquela época. A sua fama como diretor espiritual e escritor aumentava.

Convenceram-no que reunisse, organizasse e expandisse suas muitas cartas sobre assuntos espirituais e as publicasse. É o que ele fez em 1609, com o título Introdução à Vida Devota. Essa se tornou a sua obra mais famosa e, ainda hoje, é uma obra clássica que se encontra nas livrarias no mundo inteiro. Mas o seu projeto especial foi o escrito do Tratado do Amor de Deus, fruto de anos de oração e trabalho.

Este também continua sendo publicado hoje. Ele queria escrever também uma obra paralela ao Tratado, ou seja, sobre o amor ao próximo, mas a sua morte no dia 28 de dezembro de 1622, aos 55 anos de idade, o impossibilitou. Além das obras mencionadas acima, suas cartas, pregações e palestras ocupam cerca de 30 volumes.

O valor permanente e a popularidade dos seus escritos levou a Igreja a conceder-lhe o título de Padroeiro de Escritores Católicos. Francisco aceitou em sua casa um jovem com dificuldade de audição e criou uma linguagem de símbolos para possibilitar a comunicação. Essa obra de caridade conduziu a Igreja a dar-lhe um outro título, ou seja, o de Padroeiro dos de Difícil Audição.

Ele colaborou com Santa Francisca de Chantal na fundação da ordem religiosa das Irmãs da Visitação de Santa Maria, conhecidas pela simplicidade da sua regra e tradições e por sua abertura especial a viúvas. Foi através da persistência de uma destas irmãs, uns 250 anos mais tarde, a Madre Maria de Sales Chappuis, que um sacerdote de Troyes, na França, Luís Brisson, fundou os Oblatos de São Francisco de Sales, uma comunidade de sacerdotes e irmãos, dedicados à vida e divulgação do espírito e dos ensinamentos de São Francisco de Sales. Padre Brisson fundou também uma comunidade de irmãs com o mesmo nome, Oblatas de São Francisco de Sales.

O espírito e a fama de Francisco e a influência dos seus escritos se estenderam rapidamente depois de sua morte. A Igreja o declarou santo formalmente em 1665 e lhe deu o título excepcional de Doutor da Igreja em 1867 - um título outorgado só a uns 30 santos na história da Igreja que são famosos por seus escritos. A sua festa a Igreja celebra no dia 24 de janeiro.

Diferente de muitos santos &emdash; cujas vidas, repletos de acontecimentos maravilhosos, parecem estar fora do alcance de cristãos comuns &emdash; a vida de Francisco de Sales não apresenta nada de sensacional. Os seus ideais de moderação e caridade, de gentileza e humildade, de alegria e entrega à vontade de Deus são expressos com uma sensatez que anima os fracos e alimenta os fortes, ocasionando-lhe o reputação como o Santo Cavalheiro.

Para comemorar o quarto centenário do seu nascimento, o Papa Paulo VI escreveu uma Carta Apostólica, em 1967, na qual elogiou a conveniência de Francisco de Sales para nossa época moderna. Ele escreve: "Nenhum dos Doutores da Igreja, mais do que São Francisco de Sales preparou as deliberações e decisões do Concílio Vaticano II com uma visão tão perspicaz e progressista. Ele oferece a sua contribuição pelo exemplo da sua vida, pela riqueza da sua verdadeira e sólida doutrina, pelo fato que ele abriu e reforçou as veredas da perfeição cristã para todos os estados e condições de vida. Propomos que essas três coisas sejam imitadas, acolhidas e seguidas.

Fonte:
Oblatosamlat