Santa Virgínia Centurione Bracelli:Reinado de Maria

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Santa Virgínia Centurione Bracelli

Virgínia, riquíssima, filha de um doge da República de Gênova, nasceu em 2 de abril de 1587. O pai, Jorge Centurioni, era um conselheiro da República. A mãe, Leila Spinola, era uma dama da sociedade, católica fervorosa e atuante nas obras de caridade aos pobres. Propiciou à filha uma infância reservada, pia e voltada para os estudos. Mesmo com vocação para a vida religiosa, Virgínia teve de casar, aos quinze anos, por vontade paterna, com Gaspar Grimaldi Bracelli, nobre também muito rico. Teve duas filhas, Leila e Isabela. Esposa dedicada, cuidou do marido na longa enfermidade que o acometeu, a tuberculose. Levou-o, mesmo, para a Alexandria, em busca da cura para a doença, o que não aconteceu. Gaspar morreu em 1607, feliz por sempre ter sido assistido por ela.

Ficou viúva aos vinte anos de idade. Assim, jovem, entendeu o fato como um chamado direto de Deus. Era vontade de Deus que ela o servisse através dos mais pobres. Por isso conciliou os seus deveres do lar, de mãe e de administradora com essa sua particular motivação. O objeto de sua atenção, e depois sua principal atividade, era a organização de uma rede completa de serviços de assistência social aos marginalizados. O intuito era que não tivessem qualquer possibilidade de ofender a Deus, dando-lhes condições para o trabalho e o sustento com suas próprias mãos.

Desenvolvia e promovia as "Obras das Paróquias Pobres" das regiões rurais conseguindo doações em dinheiro e roupas. Mais tarde, com as duas filhas já casadas, passou a dedicar-se, também, ao atendimento dos menores carentes abandonados, dos idosos e dos doentes. Fundou uma escola de treinamento profissional para os jovens pobres. Numa fria noite de inverno, quando à sua porta bateu uma menina abandonada pedindo acolhida, sentiu uma grande inspiração, que só pôs em prática após alguns anos de amadurecimento.

Finalmente, em 1626, doou todos os seus bens aos pobres, fundou as "Cem Damas da Misericórdia, Protetoras dos Pobres de Jesus Cristo" e entrou para a vida religiosa. Enquanto explicava o catecismo às crianças, pregava o Evangelho. As inúmeras obras fundadas encontravam um ponto de encontro nas chamadas "Obras de Nossa Senhora do Refúgio", que instalou num velho convento do monte Calvário. Logo o local ficou pequeno para as "filhas" com hábito e as "filhas" sem hábito, todas financiadas pelas ricas famílias genovesas. Ela, então, fundou outra Casa, depois mais outra e, assim, elas se multiplicaram.

A sua atividade era incrível, só explicável pela fé e total confiança em Deus. Virgínia foi uma grande mística, mas diferente; agraciada com dons especiais, como êxtases, visões, conversas interiores, assimilava as mensagens divinas e as concretizava em obras assistenciais. No seu legado, não incluiu obras escritas. Morreu no dia 15 de dezembro de 1651, com sessenta e quatro anos de idade, com fama de santidade, na Casa-mãe de Carignano, em Gênova. A devoção aumentou em 1801, quando seu túmulo foi aberto e seu corpo encontrado intacto, como se estivesse apenas dormindo. Reavivada a fé, as graças por sua intercessão intensificaram-se em todo o mundo.

Duas congregações distintas e paralelas caminham pelo mundo, projetando o carisma de sua fundadora: a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Refúgio no Monte Calvário, com sede em Gênova; e a Congregação das Filhas de Nossa Senhora do Monte Calvário, com sede em Roma.

Virgínia foi beatificada em 1985. O mesmo papa que a beatificou, João Paulo II, declarou-a santa em 2003. O seu corpo é venerado na capela da Casa-mãe da Congregação, em Gênova, com uma festa especial no dia de sua morte. Mas suas "irmãs" e "filhas" também a homenageiam no dia 7 de maio, data em que santa Virgínia Centurione Bracelli vestiu hábito religioso.

Orações da Congregação

Oração à Virgínia Centurione

Pai Santo, fonte de todo bem, que nos fazeis participantes do vosso Espírito de vida, nós vos agradecemos por terdes concedido à Santa Virgínia Centurione a chama viva do Amor por vós e pelos irmãos, sobretudo pelos pobres e indefesos, imagem do vosso Filho Crucificado.
Concedei-nos viver a sua experiência na prática da misericórdia, da acolhida e do perdão, e, por sua intercessão, a graça que agora vos pedimos...
Por Cristo Nosso Senhor. Amém.
Pai Nosso, Ave Maria e Glória.

Oração à Nossa Senhora do Monte Calvário

Ó nossa Senhora do Monte Calvário, tornada nossa Mãe aos pés da cruz, contemplo-te no teu longo martírio, tão serena, revestida de uma majestade que emana força e doçura ao mesmo tempo.
Volve sobre a nossa Congregação, sobre os nossos superiores, e sobre cada uma de nós o teu olhar maternal. Faze que a nossa fidelidade tenha um ritmo sempre crescente de amorosa adesão a Jesus crucificado, a fim de que se complete em nós ó que falta à paixão de Cristo”. Assim associadas à grande obra da Redenção, até sermos semelhantes a ele, poderemos esperar ter parte um dia no gozo do paraíso. Amém.

Rumo aos Altares

Virgínia faleceu no dia 15 de dezembro de 1651, com 64 anos de idade. Seu corpo permaneceu sepultado no Convento de Santa Clara, em Gênova, até 1801, por exatos 150 anos. No dia 20 de setembro de 1801 alguns operários, desceram ao subterrâneo da igreja, a procura de objetos de valor nas várias sepulturas, entre os diversos caixões encontraram um féretro de chumbo, nele um corpo de uma mulher e sobre a tampa do caixão, uma chapa metálica identificava a defunta:

“Corpo de Virgínia, filha do ilustríssimo Giorgio Centurione”, demoliram o caixão para levar o chumbo e deixaram o cadáver no chão onde permaneceu por oito dias. A notícia do achado espalhou-se rapidamente e o povo corria em massa e aglomerava-se em torno do cadáver. As autoridades após averiguar os fatos mandam enterrar o corpo novamente. Domingos Piaggio, tabelião e chefe da comissão central de saúde, fora encarregado desta missão. Homem ateu, o seu objetivo era abafar o fato, o que ele conseguiu por algum tempo. Mas acabou se convertendo em janeiro de 1806, devido um milagre da cura de sua filha, Isabel, por intercessão de Virgínia. Em fins de janeiro de 1806, adoecia de tifo a filhinha de Piaggio, Isabel, de 7 anos de idade. Apesar de tratada por excelente médico, a menina, já enfraquecida por uma enfermidade anterior, estava nas últimas. O médico declarou que suas horas estavam contadas. A família chorava. Chorava o pobre pai, que, de repente, elevou o pensamento a Deus. Como podia ele, incrédulo, dirigir-se a Deus? Lembrou-se de que havia trabalhado para que se conservasse no Refúgio o corpo intacto de Virgínia Bracelli. Não podia então recorrer à sua intercessão? Enviou um bilhete às Irmãs: que rezassem pela filhinha moribunda. Voltou ao quarto da doente... Pouco depois, vê a enferma acalmar-se e desaparecerem os sinais da morte. A menina move-se, senta-se na cama, começa a falar... Nisto, entra a criada dizendo: - A Superiora e as Filhas do Refúgio rezam a Virgínia, segundo a sua intenção. Pouco tempo depois, pai e filha dirigem-se ao Asilo de Bisagno e junto à tumba de Virgínia confundiram suas lágrimas de agradecimento.

Fonte:

Paulinas
Colégio Carlos Bruneti
Recanto das Letras
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