Santa Anastácia:Reinado de Maria

sábado, dezembro 25, 2010

Santa Anastácia

A grande mártir Anastácia nasceu em Roma e foi martirizada durante o período de perseguições contra os cristãos perpetrado por Diocleciano entre os séculos III e IV d.C. Seu pai era pagão e sua mãe convertera-se secretamente ao cristianismo.

O mentor de Santa Anastácia durante sua juventude era um cristão piedoso e erudito chamado Crisógono. Após a morte de sua mãe, seu pai lhe oferecera em casamento, contra sua vontade, a um pagão de nome Públio. Por recusar-se a consumar seu casamento com um pagão, e visando preservar sua virgindade, Anastácia sofreu muito nas mãos do marido.

Sendo criada como cristã desde pequena, ela encontrava consolo ao visitar as prisões romanas, para alimentar e cuidar daqueles que sofriam por sua fé em Cristo. Nessas visitas, Santa Anastácia se disfarçava de mendiga, e ia acompanhada apenas por um criado. Através de subornos, os guardas lhe permitiam acesso livre aos prisioneiros.

Quando seu criado contou a Públio o que ela fazia, ele espancou a esposa e a trancou em casa. Santa Anastácia então só mantinha contato com seu mentor, Crisógono, através de cartas. Escrevendo sobre seu sofrimento, ele lhe aconselhou a ser fosse paciente e aceitar a vontade de Deus, além de avisá-la que Públio morreria no mar, o que não tardou a acontecer – algum tempo depois, seu marido morreu afogado em um acidente com um navio que estava a caminho da Pérsia. Após a morte do marido, ela passou a distribuir seus bens para os pobres e necessitados.

Nesse tempo, a perseguição de Diocleciano tornou-se mais acirrada e sangrenta. Crisógono, que não aceitou renunciar sua fé mesmo diante das ameaças do imperador, que o interrogou pessoalmente, foi decapitado e teve o corpo jogado ao mar. O corpo e a cabeça do santo mártir foram trazidos à praia pela maré, e pela Divina Providência, seu corpo fora encontrado por um presbítero e secretamente enterrado.

Após a morte de seu mentor, a santa ia de cidade em cidade para cuidar de prisioneiros cristãos. Conhecedora das ervas medicinais da época, ela cuidava dos ferimentos e aliviava o sofrimento dos cativos. Por causa de seu talento médico, Santa Anastácia recebe em grego o título de Pharmakolytria (“aquela que cura os venenos”), e por sua intercessão muitas pessoas foram curadas dos efeitos nocivos de poções, venenos e outras substâncias malignas.

Em suas visitas ela conheceu uma jovem viúva romana chamada Teodota, que se tornou sua auxiliar. Quando as autoridades descobriram que Teodota era cristã, a levaram para a prisão.

Nessa época, Santa Anastácia estava na Ilíria (que corresponde atualmente à Albânia e partes da Bósnia). Ao chegar na prisão e encontrar as celas vazias, Santa Anastácia descobriu que eles haviam sido executados naquela mesma noite. Tomada pela tristeza, ela começou a chorar. Os guardas perceberam então que ela era cristã, e levaram-na para o governador[1] que, após interrogá-la, tentou, por meio de ameaças de tortura, persuadir Santa Anastácia a abrir mão de sua fé e oferecer sacrifício aos ídolos. Sem obter sucesso, ele a enviou de volta a Roma, onde seria questionada por um sacerdote pagão chamado Ulpiano.

O astuto pagão ofereceu duas opções a Santa Anastácia: uma vida de luxo e riquezas ou temíveis sofrimentos. Ele lhe apresentou ouro, pedras preciosas e roupas finas, e também seus instrumentos de tortura. Sem pensar duas vezes, Santa Anastácia recusou-se a abrir mão de Jesus Cristo e escolheu o martírio.

Abismado pela escolha da prisioneira, ele lhe ofereceu três dias para reconsiderar, não por pena, mas porquê, arrebatado pela beleza da santa, planejava violentá-la após esse período, caso ela não cedesse. Passado os três dias, Ulpiano tentou saciar sua luxúria à força, mas assim que a tocou, ficou imediatamente cego, e sua cabeça doía tanto que ele gritava como se estivesse enlouquecido. Dizendo que fora amaldiçoado, ele exigiu ser levado a um templo pagão para fazer um sacrifício a seus ídolos, mas morreu no caminho.

Após o episódio, Santa Anastácia foi libertada, e novamente junto com sua assistente, voltou a cuidar de cristãos cativos. Porém, pouco tempo depois, Teodota e seus três filhos foram presos novamente. Seu filho mais velho, Evódio, desafiou corajosamente o magistrado, e foi espancado até a morte. Sua mãe e seus irmãos, após longa tortura, foram queimados vivos – também no dia 22, celebramos os santos mártires Teodota e filhos.

Santa Anastácia foi capturada novamente e condenada à morte por inanição. Ela ficou na prisão por sessenta dias sem alimento. Santa Teodota e os filhos apareciam para ela todas as noites para lhe encorajar e dar forças.

Vendo que Santa Anastácia não sofrera no cárcere, o magistrado ordenou que ela fosse afogada com outros prisioneiros, entre eles um presbítero chamado Eutiquiano.

Os prisioneiros foram postos em um barco que foi lançado em mar aberto. Os soldados perfuraram o casco e partiram em outra embarcação. Então um anjo apareceu para os prisioneiros na proa do barco e os guiou até uma praia. Ao atingir terra firme devido ao milagre, os criminosos aceitaram Jesus Cristo e foram batizados por Santa Anastácia e Santo Eutiquiano. Posteriormente, todos foram recapturados e receberam a coroa do martírio.

Os carcereiros informaram o imperador, que mandou prender Anastácia durante um mês no pior dos regimes carcerários. No fim do período, ela estava mais bela do que antes, e ainda mais firme na sua fé. Inconformado, o imperador a entregou para ser morta junto com os outros presos cristãos. Anastácia morreu queimada viva, no dia 25 de dezembro de 304, em Esmirna. Seu corpo, que não havia se carbonizado, foi recolhido por uma cristã chamada Apolinária, que a enterrou no jardim de sua casa.

Primeiro, o corpo de Anastácia foi enterrado na diocese de Zara; depois, em 460, foi levado para Constantinopla. Seu culto, um dos mais antigos da Igreja, se espalhou por toda a cristandade do Oriente e do Ocidente. Em quase todos os países, existem igrejas dedicadas a ela, e muitas guardam, para devoção dos fiéis, um fragmento de suas relíquias. Sua celebração ocorre tanto no Oriente como no Ocidente, no dia de sua morte, sempre recordada na missa do período da tarde, em razão da festa do Natal de Jesus Cristo.

Fonte:
Ecclecia
Paulinas
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